segunda-feira, 29 de abril de 2019
Pablo e Dora
Um amigo comum apresentou a Dora ao Pablo. O gajo ficou completamente apanhado pelo encanto treslocado dela. Entre a menina-bem parisiense e as atitudes de uma passionaria, era impossivel ficar indiferente à Dora.
O Pablo era um quarentão maduro a viver a agonia de um casamento moribundo e o romance com a Dora foi intenso e fulminante.
Separou-se da Marie e foi viver com a Dora. Casaram-se um contra o outro e ao contrário do previsto o amor prosseguiu mais que tres dias. Ele pintava quadros e ela tirava fotografias.
Em Madrid, o Pablo foi nomeado pelos republicanos director do Prado.
Ela foi com ele para uma Espanha a ferro e fogo.
Ele pintava os bombardeamentos e os olhos da Dora, a violencia e as mamas da Dora, a opressão e braços da Dora... Ela fotografava-o a ele, os quadros dele e às vezes experimentava a maquina em diferentes cenários no atellier dele. A estas fotografias, à falta de outro nome, chamaram-lhe surrealistas.
Depois da guerra em Espanha, da mortandade iberica foi o nazismo e a generalização da nausea da pelo mundo. A grande guerra.
Acabada esta segunda, o mundo não voltou a ser o que era.
O Pablo repugnado com tanta morte e injustiça militou-se no PCF. A Dora agoniada com o mundo tornou-se pintora.
Separaram-se.
Ele, agora destacado intlectual comunista, vendia como nunca e enriqueceu um bocadinho mais todos os dias que passaram desde então.
Ela levou o surrealismo ao extremo e internaram-na na psiquiatria.
Ele morreu em 73 e ela 97.
O amor dos dois persiste na assimetria das mulheres pintadas por ele e nas fotografias capturadas por ela.
A foto chama-se "Picasso com craneo de cabra" a autora é a Dora Maar
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