terça-feira, 30 de abril de 2019
Dias de bruxas
Diz que é dia delas. Não lhes tenho medo. Às bruxas. Conheço bem o género.
De beber poções mágicas tenho vasta experiência e cicatrizes nos órgãos internos. E não fosse as vertigens já tinha a carta de condução de vassouras. Esconjuros já me fizeram de todas as maneiras e feitios, todos sem efeito. De pragas rogadas faço o meu pequeno-almoço.
Aprendi a viver com bruxas e no terror eminente da presença dos mortos-vivos. (É certo que para isso contribuíram os mandatos do Professor Cavaco Silva.) Agora se me faltando o bruxedo, até sinto saudades. Do Professor, nenhumas!
Mas chateia-me esta cena do dia delas, das bruxas. Chateia-me a violência da invasão americana. Às tantas e afinal, andamos todos mascarados de gringos a brincar às bruxas por dois ou três dias… quando bruxas e bruxos somos o ano inteiro.
Ta e qual elites financeiras latrino-americanas, há quem ache que se nos mascararmos de gringos e se fizermos o que eles fazem, nos transformamos neles. Mas não.
Por mais idiotas que nos forcemos todos para ser… temos todo este mar aqui à frente e o vento salgado que lava as ideias de trampa que tratam nos importar para nos servirem requentadas.
Por isso vos digo: querem celebrar as bruxas? Convidem a vossa bruxa (ou bruxo) favorito para jantar e procurem aproveitar a lua em crescente para fazerem todo o tipo de doces travessuras.
Deixem as crianças com os avós que aprendem mais numa noite de conversa com os mais velhos do que nos meses de copypaste onde os ensinam a ser uma coisa que não são.
Beijinhos e abraços às bruxas e bruxos.
Cuidado com a água benta e com os inquisidores.
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