quinta-feira, 2 de maio de 2019
Fotografias da Loura
A loura Norma Jean, nasceu em Los Angeles em 1926. Passou a infância em orfanatos e lares adotivos onde o padrão de abuso e fuga se foi sucedendo dos doze aos quinze anos.
Com dezasseis casou—se pela primeira vez e foi trabalhar numa fábrica de material de guerra.
O marido gostava mais de copos do que dela e por isso separa—se com dezanove. É então que se envolve com um fotógrafo que a convence a fazer algumas sessões de fotografia. Faz muitas fotografias. Fotos de moda, artísticas, com roupa, sem roupa, em estúdio, ao ar livre, em casa... centenas de fotos. Depois envia para agências e algumas vezes é chamada para fazer mais fotos. Mantém o trabalho para pagar a renda e as sopas de tomate enlatadas que eram a base da sua alimentação.
Ainda a trabalhar na fábrica, começa a ir a castings para filmes. Em 47 chegam os primeiros trabalhos para cinema, ainda pequenos papéis. Os papéis vão crescendo à medida que o talento vai sendo reconhecido e os manda—chuva dos estúdios reparam nela. Muda de nome para Marilyn Monroe e continua a crescer.
No início dos anos 50 é já uma das mais novas e brilhantes estrelas no universo de Hollywood.
Em 1953 o jovem Hugh Marston Hefner cria uma revista com fotografias de mulheres nuas a que chama PlayBoy e prepara o primeiro número para sair em Dezembro.
Procura fotógrafos e modelos dispostas a pousar para a sua publicação.
É então que lhe aparece um tipo a vender—lhe umas fotografias inéditas da vedeta de Hollywood Marilyn Monroe, tiradas uns cinco anos antes...As fotografias dizem que a modelo se chama Norma Jean... Mas vê—se bem que é ela.
O fotógrafo pedia uma fortuna pelas imagens, mas o Hefner, que de parvo não tinha nada, arranjou—se como pode e pagou o dinheiro que lhe pediram até ao último cêntimo garantindo a exclusividade.
Claro que não é preciso de dizer que a revista foi um êxito total.
O escândalo associado às fotos da Marilyn promoveu ainda mais a PlayBoy.
Os patrões dos estúdios para quem a Marilyn trabalhava quiseram processar a revista e sacar ao Hugh Hefner "tudo tudo o que tivesse até ao último tostão".
Os advogados esfregavam as mãozinhas sapudas de contar dinheiro.
Nos jornais os editores e directores preparavam—se para uma cobertura sangrenta. Mandaram jornalistas e paparazzi, voarem a direito, guiados pelo cheiro do sangue e da carne.
Assim que a jovem Marilyn saiu à rua, caíram—lhe em cima com flashs e perguntas venenosas.
A moça, superiormente inteligente, naquela voz entre o o ingênua e a cama arrasou:
— Processar a Playboy? Porquê? Não acham que fiquei bem nas fotografias? Sou uma trabalhadora, e quando fiz aquele trabalho fui paga para o fazer, e bem paga, adianto que ganhei mais naquela tarde de fotografias do que o que me pagavam por uma semana na fábrica!
O escândalo morreu ali.
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