segunda-feira, 29 de abril de 2019

Messing

Um dos mais enigmáticos personagens do século XX. Judeu polaco. Nascido no ultimo ano do século XIX. Aprendeu a ler na sinagoga e em criança estava destinado a ser rabino mas a sua natureza inquieta e a história trocaram-lhe as voltas. Médium, vidente, adivinho e comunista. Foi amigo de Estaline e seu confidente desde que fugiu à Gestapo em 1939 até à morte do homem dos bigodes. Em Viena, nos anos 20 conheceu Einstein na casa do Freud de quem era amigo e visita frequente.Terá conhecido Gandhi numa viagem a Inglaterra. Conta-se que Messing saiu de casa ainda em garoto, por volta de 1910 e apanhou o comboio de Varsóvia para Berlim. Teria uns 11 anos e não tinha bilhete, nem dinheiro. Quando o revisor chegou, o miúdo Wolf pegou um papel de jornal rasgado que estava no chão, entregou ao revisor e disse: – Está aqui o bilhete. Ao fazê-lo projectou de tal modo a ideia do bilhete verdadeiro, Varsóvia - Viena, que o que o revisor, viu, foi precisamente o bilhete de comboio e não um papel rasgado. Entre os doze e até quase aos quarenta, fez vida de saltimbanco, apresentado-se em espectáculos de hipnotismo, telepatia e vidência. Quando não ganhava o suficiente para comer, ia aos mercados e com o olhar condicionava os vendedores a entregarem-lhe os seus bens. Pelo início dos anos trinta vivia quase permanentemente em Berlim. Quando o Nazismo chegou ao poder na Alemanha, Messing voltou para a Polónia. Num dos seus espectáculos que juntavam faquirismo, mediunidade e hipnose, profetizou que a Alemanha iria perder a guerra se tentasse invadir a Rússia. Os olhos, ouvidos e afiados focinhos nazis ja andavam por ali e ainda em Varsóvia, foi preso por agentes alemães que o entregaram à Gestapo. Eventualmente para ser interrogado ou encaminhado para algum campo de extermínio, qualquer uma das hipóteses, claramente desagradável. Não sabemos como mas sabemos o Wolf, olhou fixamente hipnotizando os seus carcereiros, e minutos depois, eram os nazis que estavam presos e era o próprio Messing quem fechava a porta das celas e saia pela porta da rua. Como na Europa Central, o ambiente não estava para graças, Messing fugiu para a União Soviética. Primeiro viveu na Bielorrussa, onde se tornou amigo e impressionou as autoridades locais. Mais tarde foi recebido no Kremlin por Estaline, que não sendo religioso, tinha uma grande curiosidade pelo paranormal. Diz-se que Messing ajudou Estaline a vencer a guerra ao nazi-fascismo. Facto é, que no Kremlin Messing e Estaline, entretinham-se com experiências psíquicas. Telepatia e clarividência principalmente. Certa dia, aceitando o desafio do Estaline, Messing sem nenhuma credencial nem qualquer tipo de documentos, foi ao banco de Moscovo, olhou fixamente os olhos do caixa, do gerente e depois do director do banco e trouxe cinco malas cheias de dinheiro que os próprios empregados do banco carregaram pelas ruas de Moscovo completamente hipnotizados. No dia seguinte foi devolver o dinheiro ao banco... Noutras ocasiões, sobretudo quando interessava ao Estaline sair sem que se soubesse, confundiam propositadamente a segurança: Messing, a pedido do Estaline fazia—se passar por ele próprio: sem disfarces, nem fardas, nem bigodes falsos, apenas ele Wolf, olhando para os guardas do Kremlin e condicionando por hipnotismo que era o Estaline quem viam. Os seguranças ficavam confundidos de verem o protegido passar duas vezes e Estaline ria as suas gargalhadas de camponês georgiano das façanhas conseguidas pelo seu amigo médium... Gostavam ambos de comer, beber e ficavam muitas vezes até de manhã a falarem sobre espíritos, assombrações e folclore. Foi Messing quem profetizou a Estaline que a guerra terminaria entre 3 e 5 de maio de 1945 Sem educação formal, era um homem de grande cultura geral que falava e escrevia fluentemente em polaco, russo, hebraico e alemão. Registava diariamente as suas experiências nos seus cadernos. Morreu em 1975 e está enterrado em Moscovo. A KGB, no dia da sua morte, confiscou os seus diários e cadernos. Os seus textos nunca foram publicados mas a sua memória continua a povoar o Kremilin e dizem que às vezes, nas noites sem lua se podem ouvir os seus passos nos corredores.

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